EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


Aqui o "Acordo Ortográfico" vale ZERO!
Reparos ou sugestões são bem aceites mas devem ser apresentadas pessoalmente ao autor.

20081113

A Igreja da Misericórdia de Viseu


Por deliberação da Mesa Administrativa da Misericórdia de Viseu, sendo provedor Bernardo de Nápoles Telo de Meneses foi posta em arrematação a edificação esta igreja que veio substituir uma edificação anterior existente no Soar em lugar perdido na memória. Os trabalhos foram arrematados pelo mestre pedreiro António da Costa Faro, de Besteiros, conforme consta em escritura datada de 22 de Outubro de 1775.
A construção tem um corpo central, a igreja, e dois laterais onde funcionaram a Casa do Despacho e a Botica. Num plano um pouco recuado erguem-se duas elegantes torres sineiras com os seus curiosos cata-ventos. A porta principal é um sólido e magnífico trabalho de entalhador com grandes almofadas em madeira polida e envernizada. O interior da igreja foi alterado em 1842, sendo provedor António Teixeira de Carvalho e Sampaio, terminando as reformas em 1846.
A igreja tem três retábulos, o principal na capela-mor tendo ao centro a imagem de Nª. Srª. da Misericórdia. Os retábulos laterais são ao estilo do anterior mas de menores dimensões - o retábulo do lado da Epístola é dedicado à Nª. Srª. das Dores e o do lado do Evangelho dedicado à Visitação de Maria a sua prima Isabel.
O interior da igreja é constituído por uma única nave e dividido em dois pelo arco do cruzeiro. A capela-mor recebe a luz por quatro grandes frestas e a igreja possui um órgão barroco, da segunda metade de setecentos, em madeira marmoreada e dourada proveniente do demolido Convento de Santo António do Massorim, no Rossio junto à Igreja dos Terceiros.
Na ala esquerda da edificação funciona o “Tesouro da Misericórdia” um museu onde se pode apreciar um conjunto de objectos que ao longo de quase cinco séculos a Santa Casa da Misericórdia preservou, a maioria dos quais ligados a prática da sua missão de assistência e ajuda aos mais necessitados.

Escrito com a preciosa ajuda de "Monumentalidade Visiense" de Júlio Cruz e Jorge Braga da Costa.

P.S. - A "Princesa do barroco" ... que bonita ficaria sem os carros na frente! Porém, espero que um dia não decidam construir um parque no Adro da Sé...