EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


Aqui o "Acordo Ortográfico" vale ZERO!
Reparos ou sugestões são bem aceites mas devem ser apresentadas pessoalmente ao autor.

20090825

O tão esperado "Espelho de Água"



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RESTAURANTES E ESPELHO DE ÁGUA

"Na proximidade da Feira de S. Mateus, propõe-se a criação de um espelho de água associado a três restaurantes, o que originará, um efeito de alargamento do leito do rio. Esta solução, irá permitir anular parcialmente a percepção do rio como canal, prolongando a perspectiva sobre a encosta da Sé"

Retirado do folheto editado pela sociedade "ViseuPolis" para divulgar o Plano de Pormenor da "Envolvente Urbana do Rio Pavia" - Autor: Risco - Projectistas e Consultores de Design, Lda., Coordenador: Arquitecto Manuel Salgado, Arquitectura paisagistica: NPK - Arquitectos Paisagistas Associados, Lda.
Mais de meia dúzia de anos depois o "Espelho de Água" finalmente ficou concluído [ver imagem panorâmica]. Estranhamente esta é uma obra de que muito pouco se tem ouvido falar. Sobre os restaurantes em tempos foi anunciado que seriam apenas dois e construídos com estruturas aligeiradas em vez de estruturas fixas, como inicialmente previsto.
O antigo Jardim de São Mateus que nos prometeram ser para manter e ampliar foi destruído e no seu lugar foi criado um espaço inóspito com muita pedra em vez de plantas e com pouca luz durante a noite.
Parece-me que o objectivo inicialmente proposto não foi atingido, o Rio Pavia continua a ser um canal sujo, com betão de ambos os lados e também no fundo. No Verão a água é muito pouca e depois de estagnada fica verde. Hoje confirmei que já não corre água para o Poço do Nicolau, com origem em vários ribeiros de Moure, Mundão, Travassós e Rio de Loba mas graças às obras do Programa Polis, o Rio Pavia ganhou dois novos afluentes: a “Ribeira do Túnel de Viriato” e a “Ribeira do Forum” que descarregam a água dos vários poços existentes nas suas fundações para o rio.
O Parque Linear do Rio Pavia “considerado como elemento estruturante e gerador de continuidade, integrando zonas de permanência e contemplação" (…) é afinal, nesta zona um espaço enorme desperdiçado, com imensa pedra, sem bancos, sem sombras e durante a noite um lugar escuro que poderá ser perigoso frequentar.
A água que transborda do lago em ondas de ritmo variável produz um bonito efeito de cortina, o ruído da água a cair também mas onde estão os locais de permanência e contemplação? Percebo que durante a noite o projectista desejasse marcar a cortina de água com luz mas o espaço fica completamente às escuras e portanto pouco convidativo. Outro problema são os muros que o delimitam do lado Nascente e Poente que estão dotados de alguns pontos de luz mas que pouco iluminam e escondem a lâmina de água por serem demasiado altos.
P.S. - A calçada do jardim e do "Espelho de Água" já estavam a servir como parque de estacionamento, a câmara foi obrigada a vedar a passagem.