EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


Aqui o "Acordo Ortográfico" vale ZERO!
Reparos ou sugestões são bem aceites mas devem ser apresentadas pessoalmente ao autor.

20150731

A Casa dos Pais



Azulejos de F. Macedo 1934 (Porto) na "Casa dos Pais", sec. XVIII, Calçada de São Mateus e Rua Serpa Pinto, existentes "hall" que antecede o bonito pátio interior da edificação. "A Casa dos Pais" onde durante muitos anos funcionou a Direcção de Estradas do Distrito de Viseu, depois Estradas de Portugal foi adquirida por um empresário que pretende transformá-la num unidade hoteleira. A história desta casa é curiosa porque está ligada a "uma aldrabice". O tal Pais não era pessoa de confiança e tinha um passado pouco claro mas afirmava ter regressado de uma peregrinação à "Terra Santa" e instalou-se em Viseu. Pessoa de aspecto humilde e falinhas mansas, ganhou a confiança das autoridades e organizou peditórios para construir uma casa com a finalidade de recolher meninos e rapazes desamparados. Terminada a edificação em vez de um hospício verificou-se que afinal construíra um palacete para si e para a sua família. Mas a vida dá muitas voltas, mal visto na cidade e amaldiçoado por aqueles que caíram no logro, a vida familiar tornou-se caótica, acabou na miséria, perdeu a casa e os seus filhos e filhas ficaram pobres e desonrados.
O edifício é notável pela singela nobreza das suas duas fachadas, pela decorativa e apalaçada escadaria dupla em granito, existente no pátio interior que serve de entrada à casa, dotada de varandim com arcaria suportada por elegantes colunas e balaustradas, uma das mais grandiosas da cidade.